Um anjo em minha vida

UM ANJO EM MINHA VIDA

(Anne Lieri)

Hoje é um dia especial, pois meu pai está completando 80 anos.

Pensei em entrevistá-lo, assim como fiz com minha mãe, mas ele não gosta das luzes da ribalta!...rsss...

Vou dividir meu pai com todos voces!

Perdoem o longo texto, mas uma vida tão bem vivida assim,merece um relato detalhado.

Caçula de uma família de sete irmãos teve uma infância pobre da qual não gosta de falar muito.

Meu avô era sapateiro e todos tinham que contribuir com sua parte para alimentar aquelas bocas.

Minha avó era uma mulher prendada, trabalhadeira e caprichosa.

Típica italiana gostava de ter  os filhos debaixo de suas asas.
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Quando jovem meu pai queria fazer engenharia porque sempre foi bom em contas, mas meu avô disse que ele iria ser advogado, como seu irmão mais velho.

Naquele tempo era assim: o chefe da família batia o martelo e pronto! Estava decidido.

Lá ia meu pai com seus sonhos, o dinheiro para o bonde e determinação sem fim, estudar no Largo de São Francisco.

Conheceu minha mãe num baile, formou-se e casaram-se em 11/01/1958.

Veja AQUI os nomes dos formandos de 1957.

No início da vida de casados foi difícil, porque ele trabalhava num escritório de advocacia e minha mãe era professora.

Eu nasci em 23/10/1958: nem dei tempo para os dois respirarem e lá estava o jovem casal carregado de responsabilidades.

Meu pai não era um advogado muito bom, porque os advogados (me perdoem) precisam saber mentir, interpretar super bem, o que não era o caso deste jovem introvertido e concentrado.

A solução foi fazer carreira na área de direito e assim, durante minha infância meu pai trabalhava o dia todo, inclusive dando aulas de inglês, para estudar livros grossos nos finais de semana.

Era comum em casa o silencio porque ele estava estudando.

Encurtando a história ele passou nos concursos de procurador do Estado e depois, juiz de direito.

Fomos morar em Pedregulho/SP e depois Ubatuba/SP, onde exerceu o cargo de juiz substituto.

Alguns anos depois conseguiu transferência para São Paulo e trabalhou na vara da família.

Aposentou-se como desembargador há alguns anos.

Meu pai nunca foi uma pessoa arrogante.

Um exemplo de humildade e bondade, não perde uma missa até hoje e abraçou também o espiritismo, onde realizou seu lado altruísta, que é natural dele.

Igreja de Santo Amaro que ele costumava frequentar.

Não gosta de pompas, nem de trelemeleques, mas cultiva hábitos simples em sua vida.

No tempo de juiz dispensava carro oficial e,com sua malinha cheia de processos  pegava o ônibus da esquina.

Não me lembro de um final de semana que meu pai não levasse serviço para casa, batendo á maquina diversas sentenças.

No final, batia o martelo em casa!...rss...

Mas ele não é só isso!

Meu pai é um artista. Adora música, toca piano, gosta de cantar.

Também é um fã do cinema dos anos cinquenta: Fred Astaire, Ginger Rogers, Gene Kelly, Dóris Day e outros são seus grandes ídolos.

Quando aos nove anos escrevi a história da “Menina Voadora” ele bateu todo o texto á máquina para mim, não me esqueço!

Ele também adora uma praia, caminhar e nadar.

Hoje, apesar dos primeiros sintomas da idade, não esmorece e continua indo á feira toda semana, adora um supermercado e faz palavras cruzadas todos os dias.

Ele não gosta de contar, mas sabemos que ajuda muita gente e isso o faz ser muito feliz.

Essas são as lições que meu pai me ensinou: caráter, honestidade, humildade, bondade,caridade sempre!

Não é preciso falar muito para educar uma criança, basta dar o exemplo e isso ele faz!

Meu pai é um anjo em minha vida!

Agradeço todos os dias a Deus pelo pai que eu tenho!

Waldomiro,meu pai.


Parabéns papai pelo seu aniversário! Receba todo meu amor!

Beijos da Anne, de sua esposa,filhas,netos e genros!

Ah! Para os amigos que perguntaram: seu time é o Palmeiras!