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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

" Estranha mania de ter fé na vida"



Tenho a “estranha mania de ter fé na vida”, como diz na música de Milton Nascimento. Não sou Maria de nome, mas sou de coração, por ser brasileira e por ser mulher.

Essa mania de acreditar na vida já me rendeu alguns prejuízos.

Nasci em São Paulo, cidade grande e perigosa, aprendi desde cedo a ter medo, a não falar com estranhos, a não reagir em caso de assalto, não olhar nos olhos do assaltante e tudo mais que é preciso para sobreviver em uma cidade violenta como essa.

Já tive faca apontada para o meu pescoço e não reagi, já vi muita gente ser assaltada na minha frente e não fiz nada por medo, já fui furtada em ônibus e metrô. Tudo isso é rotina por aqui e sou considerada sortuda, diante de tantas histórias cruéis!

Essa semana eu fui vítima de um golpe justamente por essa mania de acreditar nas pessoas.

Estava de carro na Avenida Vereador José Diniz ás 14 hs e parei no cruzamento com a Rua Edson, onde tem um farol. Na esquina havia uma moça muito bem vestida, com cara de desespero e veio em minha direção pelo lado do carona. Ela me disse:

- Desculpe por te abordar assim, estou morrendo de vergonha! É que meu carro quebrou aqui nessa rua e ligo pra casa e ninguém atende e eu estou sem nenhum dinheiro e preciso de R$27,00 pra pagar o conserto...  É um caninho que quebrou... Não sei se já aconteceu isso com você...

Nessa altura eu já estava pegando o dinheiro na bolsa (ela estava com  lágrimas nos olhos) e tinha exatamente R$27,00 que ela pediu, senão teria dado mais. Ainda desejei boa sorte, o farol abriu e fui embora.

A tática dela era falar bem depressa, nervosa, sem dar tempo para o outro pensar.

Fui embora e me perguntei: o que aconteceu, afinal? Foi um assalto ou ela precisava mesmo de ajuda? Deixei pra lá e segui meu caminho.

Mais tarde em casa, me lembrei de já ter visto essa moça no mesmo lugar alguns meses atrás. Eu estava uns três carros atrás do assaltado, o primeiro na fila do farol. Vi que ela falava com o motorista e pensei:

 - Será que é assalto?

Conclusão: vesti a carapuça de “otária”! O pior é que não é a primeira vez que me acontece algo assim, inclusive no Facebook já caí na conversa de uma moça que dizia estar com câncer e sem dinheiro para comprar os remédios. Quem não ajudaria?

Não é nada boa a sensação de ter sido passada pra trás, levada na conversa. Não irei mudar meu jeito de ser por causa disso, mas estarei mais atenta. 

No final das contas ela precisava daquele dinheiro, talvez para drogas, bebidas ou talvez para comprar leite para os filhos, vai saber!


Fica o alerta, gente!





10 comentários:

  1. Uma pena que o mundo esteja assim, pq ficamos tão calejadas que qdo é verdade nem sempre a gente acredita.
    Você tem o coração bom, não se sinta mal por isso.
    Infelizmente aqui em SP cada dia um golpe novo, qdo a gente acha que já sabe tudo não sabemos nada.

    bjokas =)

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  2. Alerta bem dado@! Também ,Kiko e eu somos chamados de otários porque ajudamos. Umas vezes ( infelizmente, na maioria) levamos o cano,rs Mas seguimos.. E sempre penso nessas horas: Mais tem Deus pra dar que o diabo pra tirar... Gostei de te ler! beijos,chica

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  3. Muito bom esse alerta Anne!
    Precisamos ficar mais atentos,pois desejamos ajudar e acabamos sendo assaltados ou passados como otários.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  4. Oi, Anne... Vivemos num mundo assim, cheio de armadilhas e pegadinhas... Pelo telefone, na nossa porta, ruas..., em toda parte! Precisamos mesmo ser cuidadosos, pois há muita maldade e enganos...
    Gostei de ler o seu texto!
    Devemos ajudar sim, porém com bastante precaução!!
    Bjs

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  5. Não se culpe, afinal, você, bem intencionada que é, não percebeu a maldade, mas precisamos ficar atentos sim. Tem gente assim pra todo lado. Continue acreditando na vida. bjs

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  6. Nos dias de hoje a gente tem que ficar atentas, isso acontece muito nas redes sociais, ótimo o seu alerta, Anne bjs.
    http://www.lucimarestreladamanha.blogspot.com.br/

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  7. Pois é, Anne querida
    Já passamos por assalto em Petrópolis, cidade dita pacata.
    Fiquei rodando com os marginais pela casa enquanto meu marido e nosso cão foram por eles trancados no banheiro.
    Felizmente, depois de algum tempo e a casa toda revirada, foram embora levando jóias etc.
    A chave do banheiro fui encontrar no meio da bagunça e pude libertar meu marido.
    Dia destes, iamos caindo em um golpe por telefone.
    O marginal ligou fazendo se passar pelo primo do meu marido.
    Disse que o carro havia quebrado na estrada e que precisava de um dinheiro emprestado para o conserto.
    Meu marido já ia fazer o depósito quando lembrei de ligar para este primo em Minas.
    Estavam em casa e ficaram assustados quando eu relatei o ocorrido.
    Hoje em dia todo cuidado é pouco. Infelizmente não se pode mais confiar nas pessoas.

    Obrigada pela gentil visitinha e por brincar junto.
    Um forte abraço e beijinhos para tí
    Lambeijinhos de Juja para Momo
    Verena e Bichinhos.

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  8. Boa Tarde, querida amiga Anne!
    Fico imensamente feliz em ver-lhe blogar de novo!
    Ser otária das pessoas é bom, afinal pois Deus, que tudo vê, nso dá recompensas impagáveis por termos sido bobas da corte seja em qualquer situação...
    Fique em paz!
    Bjm muito fraterno

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  9. Acho que mais triste que sermos passados para trás é mesmo a sensação de falta de confiança que anda o mundo, onde não se confia mais em gente honesta!!!!

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  10. Anne, infelizmente já aconteceu comigo! Honestidade e coisa rara.
    Temos que ficar alerta!
    Beijinhos,
    Amara

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